Um dia encontrei uma grande muralha, de grande porte, que logo à primeira vista se revelava intransponível… Era uma muralha de tal modo elevada que não era possível visualizar o que estava para lá das suas imponentes paredes!
Ao fixar os meus olhos na gigantesca muralha meditava num meio de a transpor… Mas nada me surgia… Sentia a cabeça de tal modo vazia…Naquele exacto momento sentia-me perdida num deserto imenso em busca de um oásis, que saciasse a minha sede! Pensar tornava-se algo complexo, pois como já referi sentia o meu encéfalo desprovido de qualquer tipo de informação…
Foram longos dias a combater o vazio… Nada me ocorria, apenas a imagem mental de uma muralha monstruosamente gigante! Decidi derruba-la através da força, sendo assim empurrei a muralha exercendo toda a força do meu corpo, mas ela não se moveu nem um milímetro… Mais tarde tentei transpor a muralha usando cordas e outros materiais para o efeito… Mas era tão alta e as minhas forças eram deveras escassas.
Amargurada pelas minhas tentativas frustradas sentei-me junto da muralha, cansada de todo o esforço em vão… E ali fiquei sentada, de olhos fechados, enlouquecida pelas imagens que criava mentalmente... e assim fiquei encostada às paredes frias da muralha, a meditar…Tempos mais tarde, após muito meditar compreendi que não era a brutalidade que derrubaria toda aquela muralha, mas sim a força interior…
As respostas para todas as nossas muralhas encontram-se depositadas no interior da nossa alma! Cabe a cada um de nós descodificar e compreender todos esses sinais. Não vale a pena pensar na altitude da muralha…. Não vale a pena continuar a somatisar… Por vezes é melhor nem sequer pensar na sua existência… Assim, perante as nossas muralhas devemos fechar os olhos, abstrair-nos de tudo o que nos rodeia e confiar na nossa força interior, erguer as mãos e seguir em frente, sem medo, sem desgastar o pensamento!
Perante tudo o que foi referido só me resta mesmo concordar com Alberto Caeiro quando refere que “pensar é estar doente dos olhos”, sendo assim considero que é preferível não olhar com tanta fome, pois quanto mais olhamos maior é a sede de pensamento, maior é o processo de reflexão, e como é sabido o ser humano tem o mau hábito de tentar esmiuçar tudo, até ao tutano… Deixemos portanto o pensamento correr como um ribeiro entre os rochedos, e deixemos os olhos fechados para evitar que estes sejam feridos… Em suma, há que enfrentar todas as muralhas da nossa vida usando toda a nossa energia interior, e derruba-las como se não passassem de meras bolas de algodão.
Sem dúvida que concordo com o que disseste! Nós temos que acreditar em nós próprios, nas nossas capacidades.
ResponderEliminarUm dia alguém a quem tenho uma estima muito grande disse-me que só nos aparecem obstáculos para os quais temos capacidade de superar… Essa afirmação faz cada vez mais sentido na minha cabeça e à medida que vou superando as dificuldades que me têm surgido mais feliz fico, porque são essas dificuldades que me tornam como sou.
Por isso o melhor que podemos fazer é dar a volta à situação aproveitando para aprender sempre qualquer coisa com cada muralha que teremos pela vida fora…
Ola linda! Gostei imenso do texto até me projectei nele, como uma vez disse Pessoa, devemos guardar as pedras que surgem no nosso caminho para que posteriormente possamos construir um castelo! Através dos obstaculos ganhamos forças e coragem para ir mais além!
ResponderEliminarParabens pelo texto e continua com o bom trabalho!
Bjinhos com saudades.
Anita Labella